sábado, 26 de abril de 2008

Trem-bala Rio-SP sai em outubro

Em notícia publicada hoje no Jornal do Brasil, ficamos sabendo que Lula afirmou, ontem, em Campinas, onde deu início às obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que Dilma foi ao Oriente em busca de financiamento para a obra de R$ 9 bilhões.

Disse ainda que a licitação para o trem-bala que ligará as cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Campinas deve ser anunciada em outubro. O projeto será executado pelo consórcio formado pelas empresas Balman Consultores Associados e Sinergia Estudos e Projetos, brasileiras, e a inglesa Halcrow Group. Somente essa etapa deverá levar cinco anos e ficará pronta a partir de 2009.

- Talvez em outubro seja anunciada a licitação do trem-bala que ligará Rio, São Paulo e Campinas. É uma obra de quase US$ 9 bilhões, é uma obra muito grande. Está tudo mais ou menos encaminhado. – Palavras do presidente de vocês.

Existe discrepância na notícia sobre os valores R$ 9 bilhões e US$ 9 bilhões. Vou deixar isso pra lá! Faço uma média aritmética e deixo por uns R$ 15 bilhões.

Não quero grafitar de modo algum sobre essa notícia e não me espantaria se a Dilma voltasse do Oriente montada num tapete voador, trazendo consigo o chequinho pra tocar as obras.

Em outra notícia, entretanto, na mesma página, relata-se que a primeira tentativa de implantação de um trem-bala no Brasil aconteceu em 1978, mas fracassou. Brasília e Goiânia também pensaram (Cidades pensam?) em um inviável projeto semelhante, mas desistiram.

Apesar de um certo ceticismo geral que pairava sobre a iniciativa e do apelido que adversários mais maldosos logo deram à obra, de Trans-pequi (pequi é fruta típica de Goiás), os goianos Roriz e Perillo, então governadores do Distrito Federal e de Goiás, respectivamente, investiram pesado na idéia. Anunciaram cronogramas. Desenterraram projetos antigos. Gastaram mais de R$ 4 milhões com estudos iniciais.

No começo de 2004, reuniram ampla delegação e visitaram França, Espanha e Itália.

O projeto parou no entendimento do Ministério dos Transportes de que a população potencialmente beneficiada pelo trajeto não justificava o elevado custo das obras, calculado em torno de R$ 1 bilhão. Tentativas de revisão do projeto, com a inclusão de mais cidades no trajeto, ainda foram feitas. Mas a distância curta entre paradas impedia que o trem alcançasse velocidades elevadas.

Com a eleição dos atuais governadores do Distrito Federal, José Roberto Arruda, e de Goiás, Alcides Rodrigues, o trem-pequi foi, ao menos por enquanto, sepultado.

O penúltimo parágrafo dessa notícia me lembrou a gozação que fiz com a minha matéria sobre o trem-bala, com o qual se pretende ligar o Rio a São Paulo, arquivada aqui.

Desconsiderando as minhas gozações sobre o tema, aprovo o projeto que, num de seus aspectos principais, promoverá um forte solavanco (uma coisa própria de trens) na engenharia nacional no setor ferroviário. Podem passar aqui na minha casa e pegarem a minha assinatura para levar adiante o projeto e as obras. Se não tiverem aberto ainda uma conta bancária para depositar o chequinho de R$ 15 bilhões, conforme calculei, cedo sorridente e provisoriamente a minha. Eita!

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