Planejando feriados

Ao invés de ficar pensando no fim do mundo em 2012, ou jogando praga nos políticos, ou ainda discutindo sobre as enchentes de São Paulo, bolemos alguma coisa que possa nos tirar da rotina, utilizando nossos raros momentos ociosos no serviço e elevar nosso astral até as estrelas, aquelas lá bem nos confins do Universo. Pensemos no que poderemos fazer nos próximos feriados, além daqueles churrascos (no plural, mesmo), quiçá uma feijoada, ou uma rabada, ou uma dobradinha, ou uma peixada, sempre acompanhados de umas boas doses de pinga e muita cerveja gelada.

Atenção, porém! Para que as coisas ou atividades tenham um belo final e os resultados possam ser devidamente mantidos com alegria na memória para futuros relatos com a turma, em novas rodadas de cerveja e pinga, é bom que se faça um bom planejamento.

Planejar é pensar com antecedência para não encavalar prioridades na hora H. Porém, para planejar os próximos feriados, concentremo-nos somente até fim de abril, para não complicar o esquema. Para isso, decidamo-nos, com muita sabedoria e bastante discernimento, sobre o que fazer nos pouquíssimos feriados do período abrangido pelos nossos profundos estudos e meditação e que são:

Restinho de fevereiro e todo o mês de março:

Não tem nenhum feriado nesse período, salvo se o Loola morrer. Se o defunto for o vice, talvez o Loola também decrete um feriadozinho. Morte de governador e de prefeito não costumam dar feriado. Vereador não tem nem missa! Quando muito, dão um big recesso na câmara. Afinal, todos os pares daquele que bateu as botas ficam incapacitados de trabalhar, tamanhos o desânimo, a tristeza, a melancolia e o desconsolo pela perda de ente tão amado.

Então, o negócio é tirar o cavalinho da chuva e trabalhar, compensando, inclusive, aquelas folgas que a firma deu (- Deu?) no Carnaval.

02.04 – Sexta-feira - Feriado da Paixão

Dá para fazer um pontezinha - na verdade, uma pinguela - de três dias. Sugestão: passar os três dias conhecendo parte do Estado de São Paulo, começando por Formoso e esticando até São José do Barreiro, Areias, Arapeí, Bananal, Cunha e – Porque não? – ver os estragos da recente chuvarada em São Luiz do Paraitinga e depois relatar pros vizinhos os avanços da recuperação de lá. É tudo bem pertinho de Resende.

Aproveitar e comprar nos locais visitados os produtos de fabricação ou produção local, como ovos e frango caipira, pato ou marreco, cachaça, queijo mineiro (?), lingüiça de porco, mandioca, fubá, abóbora e chuchu (que anda em falta em Resende e o preço está lá nas alturas).

Levar algumas garrafas pet de dois litros para trazer água de uma das inúmeras fontes, minas ou riachos que serão encontradas pelos caminhos. Depois, em casa, servir visitas com ela e dizer com o peito cheio: “- É água mineral! Legítima! Peguei na fonte! Não é mesmo, Maria? (Ou Josefina, ou Joaquina... Ora! O nome da sua mulher!)”

Muito cuidado com animais nas pistas, estradas ou rodovias e nunca dirija bêbado!

Não se esquecer de tirar muitas fotos e, se for católico, acompanhar todas as procissões e assistir a todas as missas da localidade visitada.

Como se pode deduzir, muita coisa dá para se fazer em apenas três dias.

21.04 – Quarta-feira – Dia de Tiradentes

Aqui o bicho vai pegar, já que temos três opões: (1) fazer a ponte do sábado até a quinta-feira, (2) fazer a ponte da quarta-feira até a segunda-feira ou (3) fazer logo uma Rio-Niterói, emendando do sábado até a segunda-feira da outra semana (Nove dias de folga! Não é maravilhoso?). Praias e montanhas podem ser boas sugestões, devendo se evitar a hospedagem em pousadas ou mesmo em hotéis que estão na base, na encosta ou no alto de barranqueiras, pois, em caso de alguma tragédia climatológica inesperada, pode-se virar manchete de TVs e jornais.

Feitos os planos, bons feriados para todos!

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- I bibida prus músicus!