quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Requiem in pacem, Pena Branca!

Com a notícia do falecimento, nesta última segunda-feira (8), em São Paulo, de José Ramiro Sobrinho, o Pena Branca, aos 70 anos, vítima de infarto, abateu-se sobre mim uma profunda tristeza e desolação, com alguma coisa me dizendo que, mais uma vez, eu ficara órfão.

Fui um grande admirador da dupla que ele formara por 37 anos com seu irmão Ranulfo Ramiro da Silva, o Xavantinho, falecido em 1999 e, como não podia deixar de acontecer, permaneci seu fã quando, a partir desse acontecimento, seguiu a carreira solo.

A minha grande admiração por esse dois irmãos foi e permanecerá até que eu também bata as botas, por considerá-los dos mais puros compositores e intérpretes da música sertaneja de raiz, entre os poucos dessa estirpe que existiram e ainda existem, e por sempre apresentarem um contraste chamado por uns de curioso, mas que eu considerava genuíno: eram típicos caipiras, no comportamento simples e na forma de falar, mesmo sempre estando envolvidos com nomes importantes de um sertanejo mais poético, de Rolando Boldrin, por quem já foram produzidos, e de Renato Teixeira, com quem lançaram um CD ao vivo em 1992.

A música mais lembrada interpretada por eles nesses dias de estupefação e luto provavelmente será “O cio da terra” (Veja o vídeo http://www.youtube.com/watch?v=ZVjT9E17Ic4), composta por Chico Buarque e Milton Nascimento. No entanto, o público sertanejo deverá se lembrar mesmo é da canção “Cuitelinho”, que já apareceu em várias listas sobre músicas sertanejas mais importantes da história, música essa que foi recolhida do folclore do Estado do Mato Grosso e adaptada por Paulo Vanzolini e Antônio Xandó. “Cuitelinho” (Veja o vídeo http://www.youtube.com/watch?v=E3Uaqd4CCR8), que é o nome de uma espécie de beija-flor, é um dos clássicos mais tocantes e amados do universo caipira.

- Vai, Pena Branca, vai! Vai enriquecer e embelezar os auditórios do céu nos duetos inesquecíveis com o seu irmão Xavantinho!

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- I bibida prus músicus!

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