domingo, 3 de junho de 2012

O óbvio

Em uma escola bastante heterogênea, onde estudam alunos de várias classes sociais, durante uma aula de português, a professora pergunta:

- Quem sabe fazer uma frase com a palavra "óbvio"?

Rapidamente, Luana Bressler Windsor, menina rica, uma das mais aplicadas alunas da classe, respondeu:

- Prezada professora! Hoje acordei bem cedo, depois de uma ótima noite de sono no conforto de meu quarto. Desci a escadaria de nossa residência e me dirigi à copa. Depois de realizar um delicioso lanche, fui até a janela e percebi que o automóvel BMW do meu pai se encontrava guardado na garagem. Pensei com meus botões:

- É ÓBVIO que meu pai foi ao trabalho de Audi.

Sem querer ficar para trás, Luiz Cláudio Wilson, de uma família de classe média, disse:

- Professora! Hoje eu não dormi muito bem, mas consegui acordar assim mesmo, porque pus o despertador do lado da cama. Levantei meio zonzo, comi um pão amanhecido acompanhado de um copo d’água. Quando saí pra ir à escola, vi que o fusca do papai estava na garagem. Imaginei imediatamente:

- É ÓBVIO que o papai não tinha dinheiro pra gasolina; foi trabalhar de busão.

Embalado na conversa, Wandercleison Maicon Jáqueson, de classe humilde, também quis responder:

- Fessora! Hoje eu quase não durmi, porque teve tiroteio até tarde na favela. Só acordei de manhã porque tava morrendo de fome, mas não tinha nada pra cume. Quando olhei pela janela do barracão, vi a minha vó com o jornal debaixo do braço e pensei:

- É ÓBVIO que ela vai cagá. Ela num sabe lê!

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- I bibida prus músicus!

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